quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

http://tendadexango.blogspot.com/

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

http://www.vozdearuanda.com/

acessem a radio voz de aruanda!!!!!

domingo, 13 de setembro de 2009

O MEU PAI PRETO QUE VEM DE ANGOLAVEM VER SEUS FILHOS QUE TANTO CHORAPAI PRETO VEM LÁ DE ANGOLAVEM DAS BANDAS DA GUINÉTRAZENDO SUA FALANGEPRA REZAR FILHOS DE FÉ!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

OS DEZ CREDOS DA UMBANDA

CREMOS:
1. Na existência de um Deus, Único, Onipotente e Onisciente, criador de todas as coisas, irrepresentável sob qualquer forma e adorado sob o nome de ZAMBI;
2. Em Entidades Espirituais, em plano superior de evolução, que não necessitam de novas reencarnações, responsáveis pela organização dos mundos e dos seres que neles habitam. São os Orixás, Santos, Chefes de Linhas e Falanges, executores diretos da Vontade Divina. Entre eles, Oxalá, o Cristo Planetário da Terra e, como tal, primeiro na hierarquia deste planeta;
3. Em Guias Espirituais e Protetores, Sábios, poderosos e bondosos, porém necessitados ainda de reencarnações para seu aperfeiçoamento. São mensageiros dos Orixás e Santos;
4. Em Seres da Natureza e suas energias cósmicas que, manipulados com sabedoria e bondade, sob a forma de magia, auxiliam a peregrinação do homem;
5. Na imortalidade do espírito, sobrevivendo á morte física, a caminho da evolução;
6. Na reencarnação, possibilitando o aprendizado e aprimoramento do Espírito;
7. Na Lei do Carma, instituindo que cada ação gera uma reação;
8. Na necessidade do ritual como elemento mágico e disciplinador;
9. Na prática da mediunidade, sob as mais variadas modalidades, com o objetivo de caridade material e espiritual;
10. NO RESPEITO ÁS DEMAIS RELIGIÕES, porque todas constituem caminhos de progresso espiritual que conduzem a DEUS.
CREMOS:
1. Na existência de um Deus, Único, Onipotente e Onisciente, criador de todas as coisas, irrepresentável sob qualquer forma e adorado sob o nome de ZAMBI;
2. Em Entidades Espirituais, em plano superior de evolução, que não necessitam de novas reencarnações, responsáveis pela organização dos mundos e dos seres que neles habitam. São os Orixás, Santos, Chefes de Linhas e Falanges, executores diretos da Vontade Divina. Entre eles, Oxalá, o Cristo Planetário da Terra e, como tal, primeiro na hierarquia deste planeta;
3. Em Guias Espirituais e Protetores, Sábios, poderosos e bondosos, porém necessitados ainda de reencarnações para seu aperfeiçoamento. São mensageiros dos Orixás e Santos;
4. Em Seres da Natureza e suas energias cósmicas que, manipulados com sabedoria e bondade, sob a forma de magia, auxiliam a peregrinação do homem;
5. Na imortalidade do espírito, sobrevivendo á morte física, a caminho da evolução;
6. Na reencarnação, possibilitando o aprendizado e aprimoramento do Espírito;
7. Na Lei do Carma, instituindo que cada ação gera uma reação;
8. Na necessidade do ritual como elemento mágico e disciplinador;
9. Na prática da mediunidade, sob as mais variadas modalidades, com o objetivo de caridade material e espiritual;
10. NO RESPEITO ÁS DEMAIS RELIGIÕES, porque todas constituem caminhos de progresso espiritual que conduzem a DEUS.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Preto Velho senta no tronco, faz o sinal da cruz
Vou pedir licença à Zambi para os filhos de Jesus (bis)
Lá na Banda dos Pretos Velhos, onde os filhos são de fé
Se não fosse o Preto Velho eu não podia trabalhar. (bis)
____________________________________
Fui fazer minha cabeça, fui buscar meu patuá
Lá no sertão da Bahia no terreiro de Oxalá
Eu sou filho de Umbanda, batizado em riachão
Onde fiz minha cabeça, na Tenda de Pai João.
Pego a pemba, ponho a guia, bato a cabeça no chão
Firmo um ponto de Umbanda, prá implorar proteção (bis)
____________________________________
O Preto Velho quando estava na senzala,
Usava sua bengala “ prá modi “ se levantar
O Preto Velho agora fica sentado
Com a cruz sempre ao seu lado para os filhos ajudar
E na aruanda e na aruanda o Preto Velho continua a rezar (bis).
____________________________________
Preta Velha tem sete saia na última saia tem mironga
Vovó veio de Angola prá saudar filhos de Umbanda (bis)
Com seu patuá e a figa de guiné
Vovó veio de Angola prá saudar filhos de fé (bis).
____________________________________
É preto, é preto , o Cambinda
Todo mundo é preto, o Cambinda
Na terra dos pretos, o Cambinda
O Pai Tomás é preto, o Cambinda.
Pai Joaquim quando vem de Angola
De Angola batendo tambor (bis)
Bate tambor lá na Angola, bate tambor (bis)
___________________________________
Mas que negra faceira, que eu vejo no terreiro (bis)
Tem saia rodada, tem brinco de argola e colar de contas (bis)
Mas que negra faceira, que negra faceira
É Rita Benedita rainha do cativeiro.(bis)
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Chamei a vovó Conga
Veio a vovó Maria (bis)
Sua terra é muito longe
Sua mironga é na Bahia.
___________________________________
Saravá Preto Velho agora
O saravá ele vem de Angola (bis)
Pai Joaquim que chegou neste gongá
Firma ponto no terreiro
Ele vem descarregar (bis).
___________________________________
Batucou no terreiro
Batucou no sertão
Batucou na senzala
O saravá, Pai Serapirião.
___________________________________
A meia noite, fui fazer uma obrigação
No portão do Cemitério, era para o Pai João.
Eu nunca vi um santo fazer macumba
Encontrei o Pai João em cima de uma catatumba (bis).
___________________________________
Eu rezei um Pai Nosso
No Rosario de Maria
Quando aqui na terra e noite
La no ceu parece dia
Mas eram as Almas
Mas eram as Almas
Mas eram as Almas no Rosario de Maria
____________________________________
Lá vem mamãe Maria do Gantoá
Ela é Preta Velha baiana
E vem na Umbanda para trabalhar.
___________________________________
ALMAS
Abra a porta do céu São Pedro
E deixa as almas trabalharem (bis)
Ó Virgem Imaculada Nossa Senhora da Conceição (bis)
Está chovendo fé, onde nasceu Jesus (bis)
Ó Virgem Imaculada Nossa Senhora da Conceição (bis)
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Eu estava dormindo na porteira do gongá (bis)
Quem tem inimigo não dorme, acorda prá trabalhar (bis)
Ó meu Pai Miguel, do meu gangirá
Quem tem inimigo não dorme, acorda prá trabalhar.
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Minhas almas santas benditas auê,
Me abre a porta da céu ai, ai.
Ó minhas almas de aruanda auê
Só vocês podem me valer
O segura o touro minhas almas, amarra no moiro (bis).
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Lá no cruzeiro das almas, onde os Pretos Velhos vão rezar (bis)
As almas choram de alegria quando os filhos se combinam
Também choram de tristeza quando não quer combinar (bis)
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As almas dá, as almas dá
As almas dá para quem sabe aproveitar
Eu pedi as santas Almas que viessem me valer
Eu pedi as santas Almas que viessem me ajudar.
_____________________________________
Quem caminha com as almas, caminha devagarinho (bis)
É devagar, é devagarinho
Quem caminha com as almas não se perde no caminho (bis)
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Preto Velho passou na ponte
A ponte tremeu
E debaixo da ponte
As Almas gemeu
Velho passou na ponte
A ponte tremeu
E debaixo da ponte
As almas gemeu
O me valhei-me as Almas
As Almas de Sao Cipriano
O me valhei-me as Almas
__________________________________
Eu andava perambulando
Sem ter nada pra comer
Foi pedir as Santa Almas Para vir me socorrer
Eu andava perambulando
Sem ter nada pra comer Foi pedir as Santa Almas
Para vir me socorrer
Foram as Almas que me ajudou
Foram as Almas que me ajudou
Meu Divino Espirito Santo
Viva Deus Nosso Senhor
Foram as Almas que me ajudou
Foram as Almas que me ajudou
Meu Divino Espirito Santo
Viva Deus Nosso Senhor
______________________________________
Valei-me meu Sao Jorge, orei.
Pegai a vossa espada vem nos defender
Valei-me, meu pai
Maior do que DEUS nao ha
Valei-me, meu pai
Maior do que DEUS nao ha
__________________________________
Eu rezei um Pai Nosso
No Rosario de Maria
Quando aqui na terra e noite
La no ceu parece dia
Mas eram as Almas
Mas eram as Almas
Mas eram as Almas no Rosario de Maria
__________________________________
PONTO DE SUBIDA
Ele vai embora, porque Zambi mandou chamar
Vai para sua aldeia pedir forças pra Iemanjá
Pai Tomás já vai embora preparar suas mirongas
Pra ajudar filhos de Umbanda.
____________________________________
Ogam bate forte o atabaque (bis)
O batuque da África faz seu coração se alegrar
Rita Benedita vai ao ló até a Umbanda chamar.
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Preto Velho tem tanta cangira
Que Oxosse das matas mandou lhe chamar (bis)
Quero ver negro correr
Quero ver dona Sinhá (bis)
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Lá vai Preto Velho subindo pro céu (bis)
Coberto de glória, coberto de véu (bis)
O devagar, devagarinho ele já vai ao ló (bis)
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Vamo simbora mizi fio, vamo simbora.
Vamo simbora que Zambi mandou chamar
A sua terra mizi fio é muito longe
É muito longe, mas Jesus passou por lá.
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Preto Velho vai embora
Preto Velho vai orar
Debaixo de uma mangueira
Preto Velho vai descansar.
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Preto Velho vai embora
Seus filhos de fé choram
Aruanda está chamando
Preto Velho não demora.

cruzar terreiro

Nem todo preto que tem cachimbo
Nem todo preto que é pembeiro
Nem todo o preto que sabe o jogo
Prá encruzar este terreiro.

ponto de pai Tomas

O Pai Tomás é pequenino
Corre gira devagar
O Pai Tomás é pequenino
Anda bem devagarinho
Tira toco do caminho
Prá filho de fé passar.

ponto de pai Tomas

PONTO DE PRETO VELHO
Jesus foi quem mandou, nesta banda guerrear
Saravá filhos de pemba Preto Velho vai chegar
Ele é Pai Tomás de Angola, devoto de Iemanjá
Trabalha com galhos verde pra mandinga quebrar
Pai Tomás veio de angola pra ajudar filhos de fé
Firma a cabeça meu filho pra continuar de pé.

pretos velhos

Quando se fala em preto-velho, estamos falando de uma grande linha, ou seja, uma grande faixa vibratória onde espíritos afins se "encaixam" para cumprirem sua missão. Esses espíritos foram ex-escravos e negros africanos que não chegaram a ser escravos. Constam também dessa linha espíritos que não foram escravos nem negros africanos, mais que por afinidade escolheram a Umbanda para cumprirem sua missão.
O termo "Velho", "Vovô" e "Vovó" é para sinalizar sua experiência, pois quando pensamos em alguém mais velho, como um vovô ou uma vovó subentendemos que essa pessoa já tenha vivido muito mais tempo. Adquirindo assim mais coisas para contar e passar, principalmente essa mesma pessoa já viveu o suficiente para ter aprendido a ter paciência, compreensão, menos ansiedade para a vida. É baseado nesses fatores que as pessoas mais velhas aconselham.
No mundo espiritual é bastante semelhante. A grande característica dessa linha é o conselho. É devido a esse fator que carinhosamente dissemos que são os "Psicólogos da Umbanda". Suas vestimentas e apetrechos são bem simples, não necessitam de muitos artifícios para trabalhar, necessitam apenas contar com a atenção e a concentração do seu médium durante a consulta. Usam cachimbo, lenços, toalhas e as vezes fumo de rolo e cigarro de palha.
Sua forma de incorporação é compacta, sem dançar ou pular muito. A vibração começa com um "peso" nas costas e uma inclinação de tronco para frente, e os pés fixados no chão. Se locomovem apenas quando incorporam para as saudações necessárias (atabaque, gongá e Babá) e depois sentam e praticam sua caridade. Podemos encontrar alguns que se mantém em pé. É possível ver Preto-Velhos dançando, mais esse dançando é sutíl, apenas com movimentos dos ombros ou quando sentados, com as pernas.Essa simplicidade se expande, tanto na sua maneira de ser e de falar. Usam vocabulário simples, sem palavras rebuscadas. Sua maneira carregada de falar é para dar idéia de antiguidade.
Além disso os Preto-Velhos nos ajudam a enxergar que a prática da caridade, é vital para nossa evolução espiritual. A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mais como cada médium possui uma coroa diferente, isso determina as diferenças entre os Preto-Velhos. Essas diferenças ocorrem porque Preto-velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência daquela força da natureza para quem eles trabalham.
Essas diferenças são primeiramente evidenciadas na maneira de incorporação.Não é só na forma física que devemos observar as diferenças, mais também a maneira de trabalhar e a especialidade dele.
Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:
PRETO-VELHOS DE OGUM
São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes. São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de "choque", mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas. São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, mera dose de coragem e segurança para aqueles indecisos e "medrosos". É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.
PRETO-VELHOS DE OXUM
São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é "chocar" e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado. São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mais é necessário para a evolução daquela pessoa.
PRETO-VELHOS DE XANGÔ
São raros de ver, contudo devemos também conhece-los.
Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.
PRETO-VELHOS DE INHASÃ
São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá. Esses Preto-velhos retribuem ao médium principalmente a defesa, são rápidos na ajuda. Se cobram a honestidade do seu médium no momento da consulta, não admitem que desconfiem dele (médium). Mesmo assim eles também possuem uma especialidade. Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual. Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.
PRETO-VELHOS DE OXOSSI
São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Preto-velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastos, banhos e compressas, defumadores, chás, etc... São verdadeiros químicos em seus tocos. - Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior "químico" - Oxossi.
PRETO-VELHOS DE NANÃ
São raros, assim como os filhos desse Orixá.
Sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo.
Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes, mesmo para médiuns homens. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça com seu médium. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de "moral fraca". Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada. É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta.
São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso carma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Omulú, conduzindo Eguns.
PRETO-VELHOS DE OBALUAÊ
São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus "filhos" com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Preto-velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaê, e este é o "dono das almas", esses Preto-velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua "visão" é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo de tudo que lhe for pedido, apenas confiando nesses Preto-velhos. Quando o filho não faz isso, costumam tirar o que já lhe deu, para que o mesmo repense a importância desse Preto-velho em sua vida.
Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.
Não trabalham para saúde (essa função é do Erê de Obaluaê). Salvo se essa doença for proveniente de "trabalhos feitos - macumba".
PRETO-VELHOS DE YEMANJÁ
São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Possuem a paciência das mães e a compreensão também. Cobram pouco de seus médiuns, apenas que eles cumpram a caridade sempre por amor nunca por obrigação. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares. Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as pessoas que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes. Cobram dos seus médiuns que lutem para ter um casamento feliz e sólido, pois para eles só assim poderão ajudar a outras pessoas nesse sentido, já que seu médium já vive essa realidade.
PRETO-VELHOS DE OXALÁ
São bastante lentos na forma de incorporare tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é o passe de energização. Cobram também bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, assiduidade no terreiro e vaidade.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

prece de caritas

P R E C E D E C A R I T A S

Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação,dai a luz àquele que procura a verdade; ponde no coração do homem a compaixão e a caridade! Deus, Dai ao viajor a estrela guia,ao aflito a consolação, ao doente o repouso. Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, e ao órfão o pai!Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes. Piedade, Senhor,para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre. Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.Deus!Um raio,uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.E um só coração,um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.Como Moisés sobre a montanha,nós Vos esperamos com os braços abertos, oh Poder!,oh Bondade!,oh Beleza!,oh Perfeição!,e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós;dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.
Assim Seja
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França)
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas.

suplicas dos mediuns

S U P L I C A S D O S M É D I U N S

Oxalá,Pai e Senhor,a Vos suplico a graça de Vossa Divina Luz, para melhor esclarecer minha Doutrina, Permita que meu Guia Caboclo Rompe Mato Flecheirome assista sempre desviando de mim os maus elementos que queiram me induzir ao erro,mas que partilhem de Vossa Graçapara conhecerem suas imprefeições,ASSIM SEJA. .

segunda-feira, 6 de julho de 2009

quarta-feira, 1 de julho de 2009


Com certeza a mais carismática entidade que povoa os terreiros de Umbanda. A mística do Preto-Velho é fruto de condições e circunstâncias únicas em terras brasileiras.
A sofrida vida dos escravos, trazidos da África, já bastante documentada e comentada, fazia com que os indivíduos, em função do penoso e extenuante trabalho a que eram submetidos, somado aos maus tratos, vivessem, em média, somente sete anos após sua chegada ao Brasil.
As mudanças no panorama econômico brasileiro, como a decadência do ciclo da cana-de-açúcar e a redução da atividade mineradora, fizeram com que uma grande leva de escravos migrados, para os centros urbanos, pudesse levar uma vida mais amena e conseguisse ter uma expectativa de vida mais longa.
Mesmo assim as condições de salubridade, nesta época, não favoreciam a longevidade.Então surge a figura daquele escravo que, apesar das suas condições de vida, alcança idade avançada, personificando o patriarca da raça, cuja sapiência parece lhe ser conferida pelos cabelos brancos.
Nas sociedades tradicionais, a figura do idoso é um símbolo da experiência de vida e um pilar da cultura do grupo a que pertence; aquele que deve ser ouvido e cujos conselhos devem ser seguidos.
Vemos, portanto, o aparecimento de uma entidade cuja linha de trabalho é marcada pela tolerância, rústica simplicidade e um profundo sentimento de caridade. Só quem sofreu na carne as desventuras da vida, pode entender ou se aproximar da compreensão do sofrimento alheio, porque é possível responder a toda violência sofrida, com amor, sem nenhum sentimento revanchista ou de vingança.
Característica típica da raça africana é o apego à vida, alegria que se manifesta em musicalidade e uma sabedoria ancestral quase biológica, que transparece na religião.A forma como se apresenta nos terreiros de Umbanda, através dos médiuns, é como uma pessoa muito idosa, curvada pelos anos. Às vezes apoiado em uma bengala, com uma voz meiga, algo paternal que atrai a confiança e simpatia de quem ouve.
Com movimentos lentos, típicos de um ancião, geralmente senta-se em um pequeno banquinho ou num pedaço de tronco, fumando seu cachimbo de barro ou um cigarro de palha, queimando seu fumo de rolo.
Gosta de beber desde a cachaça branquinha até o vinho tinto bem forte ou um café amargo. Mas uma de suas bebidas favoritas é a polpa do coco verde, triturada no pilão e misturada com um pouco de pinga.
As histórias que ouvimos a respeito dos pretos-velhos, são bastante variadas e pitorescas.
Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.
Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.
Outros nos contam que, em vida terrena, os pretos-velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.
A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.Preto-Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.
Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto-Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada. Comida nascida no Brasil é o resultado de circunstâncias e do gênio da raça negra.
O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.
A falange dos pretos-velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os pretos-velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.
Ensinando, com seu exemplo, a resignação aos golpes kármicos do destino.
Conhecido como o psicólogo dos pobres, o Preto-Velho, embasado em sua rica experiência de vida e transpirando a sabedoria da idade, sabe, como ninguém, ouvir e entender os problemas de seus fiéis.
O grande segredo desta virtude está no perdão aos sofrimentos recebidos. Perdão este, sem discurso demagógico, que vem de um sentimento puro de desapego e humildade. Humildade. Talvez seja esta a palavra chave do carisma do Preto-Velho.
A linha dos pretos-velhos está dentro da “falange das almas”. Seres desencarnados que alcançaram uma luz espiritual e retornam, através dos médiuns, ao plano terreno, numa missão de caridade, como que resgatando uma dívida espiritual, ajudando os necessitados, tanto na parte física, com passes magnéticos, defumações e indicando ervas curativas, como na psicológica, com conselhos e amparo afetivo, praticando a bondade incondicional que lhes é inerente.
Estas entidades, dizem alguns, compõem uma linha ligada ao Orixá Omolú, voltada para a cura e lenitivo nas aflições dos pobres.
As contas pretas e brancas que formam a sua guia, denunciam uma similaridade de natureza com este Orixá – Omulú/Obaluaiê – ligado à terra e às doenças, dela provenientes, além do semelhante histórico de sofrimentos vividos.
Estes guias, normalmente, incorporam em seus médiuns, atendendo ao chamamento dos pontos cantados em sua homenagem, nos terreiros, mas podem também “baixar” pelo magnetismo de uma oração ou de uma concentração mental dos fiéis.
Dependendo da pureza ou da mestiçagem dos rituais de um centro espírita, podem ser usados atabaques, com seu toque característico da Umbanda, ou apenas cantos marcados pelo bater de palmas, como verificamos nos terreiros mais tradicionais que ainda conservam a liturgia simples e despojada dos primeiros terreiros de Umbanda.
A sua maneira característica de incorporação, com o dorso curvado, de andar lento e inseguro, procurando apoio numa bengala, indicam, instantaneamente, a natureza da entidade. Porém dizem alguns estudiosos que este comportamento é apenas uma faceta cultural, pois estas entidades, já não tendo o corpo material próprio, não poderiam se movimentar aparentando limitações físicas, que na maioria das vezes nem sequer são oriundas dos médiuns.O seu discurso nas preleções e conselhos transpiram uma mensagem cristã de perdão e compaixão, evidenciando a influência dessa religião com as citações sobre Jesus e os santos católicos.
Uma perfeita mistura da moral cristã, com os costumes africanos e o conhecimento da medicina natural, com práticas de pajelança.
As guias usadas nos terreiros vêm da direta influência africana, porém, uma das guias preferidas pelos pretos-velhos, é formada pelas contas de uma semente vegetal que varia do branco leitoso ao negro. Conhecida, popularmente, como lágrimas de Nossa Senhora, são extraídas de uma planta da família das gramíneas, entrelaçadas com dentes de porco selvagem, à moda indígena, crucifixos e outros fetiches africanos, como a figa de guiné, revelando a miscigenação cultural / religiosa brasileira.
Por pertencer à falange de entidades desencarnadas ou “linha das almas”, os pretos-velhos sofrem uma discriminação nos terreiros afro-brasileiros mais tradicionais de Candomblé. Porém, apesar de não figurarem no rol exclusivista dos Orixás africanos, os pretos-velhos mantêm certo prestígio, não oficial, nos corações das pessoas que pertencem a cultos mais puristas.
Não raro vemos membros de Candomblés, muito exclusivistas, se renderem à docilidade e ao carisma desta entidade.
Talvez, devido aos laços culturais e étnicos que não podem negar e, também, por uma série de misteriosas histórias ouvidas, de que muitas dessas entidades foram, em vida, iniciados no culto dos Orixás. Muitos morreram sem ter quem lhes fizessem os ritos funerais que os separaria dos seus Orixás que foram assentados em suas cabeças e, portanto, estão indissoluvelmente ligados, no plano astral, ao ambiente mágico dos ancestrais de uma nação.
Devido ao seu modo peculiar de falar, com erros de gramática e concordância e com expressões roceiras, que demonstra a falta de instrução formal, os pretos- velhos são menosprezados por alguns, como espíritos atrasados e de pouca luz. Porém seus defensores argumentam que a exatidão do português e o lirismo das palavras não indicam a elevação espiritual de ninguém. Sustentam que grandes vultos da história da humanidade, que possuíam uma retórica exemplar e uma personalidade magnética, foram grandes genocidas, como Hitler e tantos outros e que, se pudessem dirigir alguma mensagem mediúnica poderiam parecer espíritos bastante iluminados.
A qualidade da mensagem espiritual está no conteúdo, na compaixão que transparece nos atos e não na forma mecânica de sua construção.
Estas entidades, verdadeiros psicólogos, que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração, são grandes curadores no plano físico e espiritual, usando seu conhecimento fototerápico com defumações e banhos de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que os discursos filosóficos de uma intelectualidade distante da realidade.
Quando falamos dessa grande falange, referimo-nos também às entidades do gênero feminino, que povoam os terreiros com sua graça e candura. As pretas-velhas, Vovó Maria Conga, Mãe Selma da Caconde, Tia Anastácia Cambinda, Mãe Rosa da Bahia e muitas outras.
A mesma história, vivida pelo gênero masculino, encontramos também entre estas entidades que passaram pelas mesmas agruras e conservaram em seu íntimo a bondade e o perdão.
As manifestações das pretas-velhas seguem características semelhantes às dos pretos-velhos.
O seu modo de incorporação, com uma postura curvada, o andar dificultoso e o gosto pelo cachimbo de barro com fumo de rolo.
Assim as pretas-velhas, da Umbanda, são um referência de resignação e desprendimento, erradicando os sentimentos de raiva e ressentimento que poderiam advir das humilhações e torturas sofridas pelo seu povo no passado.
A condição do negro, após a escravidão, não mudou muito. Apesar disso, a postura solidária e mansa dessas entidades, tem sido um baluarte na valorização da cultura afro-brasileira, superando a estigmatição social de inferioridade, como um exemplo da grandeza espiritual do povo africano, que, apesar das atrocidades sofridas, soube semear exemplos de amor e caridade, exemplificando com suas vidas, a força da religião que souberam preservar.
Carinhosamente, também chamados de pai preto, estes guias ensinam uma importante lição de humildade e resignação diante das adversidades da vida, sem perder a alegria e o bom humor. É comum ouvir, dos mesmos, observações jocosas a respeito dos problemas. Simplificando o que parecia complicado, dando esperanças para fortalecer psicologicamente seu consulente, porque sabe que se fraquejarmos na lida da vida, os problemas se tornam maiores e não suportamos o fardo.
A grande lição que ensinam estas entidades é que colhemos o que plantamos. E esta é uma grande oportunidade para rever os erros cometidos, tomar consciência da nossa responsabilidade por nós mesmos na busca da felicidade.
A característica interessante é a forma descompromissada desta prática espiritual com o formalismo e austeridade presente em outras religiões. O adágio popular de que os velhos se parecem com crianças, tem um profundo senso prático no trabalho dos pretos-velhos.
A informalidade e humildade destas entidades fazem os fiéis se sentirem descontraídos, como se estivessem na presença de um membro da família ou um velho amigo mais sábio, que lhes atende e aconselha falando francamente, procurando ajudar a resolver seus problemas.
Uma antiga história contada nos terreiros de Umbanda, fala de um escravo, cativo em uma fazenda de cana-de-açúcar no Nordeste, que desde que chegara ao Brasil, parecia ser predestinado à uma missão espiritual.
Missão esta, diziam, lhe ter sido outorgada por Oxalá. Apesar da dura vida no cativeiro, nunca se revoltou com o destino.
Grande conhecedor das ervas curativas e das mirongas de sua terra natal, pois fora um sacerdote iniciado no culto dos Orixás, tratava dos outros escravos, minimizando seus sofrimentos. A fama de seu trabalho de caridade chegou até a casa grande e passou também a assistir aos senhores brancos, sem nenhum traço de ressentimento.
Passou a ser chamado carinhosamente, por todos, de Pai Preto e passou a vida divulgando a prática da bondade incondicional.
Quando já estava velho, com quase 90 anos de idade, sua história chegou aos ouvidos de padres missionários, que, zelosos de sua catequese, decidiram ser Pai Preto um feiticeiro pagão que deveria morrer para servir de exemplo a quem ousasse interferir nos ensinamentos da Santa Igreja Católica.
Foi então dada a ordem para a sua execução. Porém até os senhores de engenho, que também muito lhe deviam por suas curas, resolveram burlar a ordem e esconder Pai Preto em local seguro, onde pudesse continuar a lhes prestar serviços. Mas a obstinação e a consciência de sua missão fizeram Pai Preto prosseguir, sem medo. Este continuava a trabalhar, em seu corpo espiritual.
Então as autoridades religiosas enviaram outra ordem: o “feiticeiro” devia ser desenterrado e sua cabeça separada do corpo e enterrada bem longe para que seus feitiços cessassem.
Desta vez, temerosos com as possíveis conseqüências da desobediência, seus amos resolveram matá-lo e fugir de complicações.
Assim, beirando os noventa anos, este ancião deixa o plano físico e começa uma nova missão no plano astral. Através dos médiuns que lhes servem de veículo, continua o trabalho de caridade e ajuda nos terreiros de Umbanda.
Afirmam outros que o verdadeiro nome de Pai Preto era Jeremias e que hoje é saudado como Pai Jeremias do Cruzeiro.
Toda a liturgia aparentemente caótica, nas incorporações do Preto-Velho, demonstram um quadro clássico da Umbanda. Os fiéis, ignorando o que seus olhos vêem, enxergam não o médium, mas um velhinho negro alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto, rindo e bebendo no seu coité de casca de coco, até café amargo, bebida que muito aprecia, e, por vezes mastigando uma rapadura.
É quase um membro da família, aquele vovô sábio e bondoso que todos gostariam de ter.É quando todas as barreiras caem e as pessoas entregam, aos seus ouvidos pacientes, suas histórias e mazelas, sem nenhum pudor de confessar fracassos ou desilusões. Por que não se sentem falando a um estranho, mas a alguém que parece conhecê-los desde o início de suas vidas.
Usa uma vestimenta simples e branca, típica dos praticantes da Umbanda, lembrando a pureza de sentimentos e o vínculo simbólico com Oxalá, Pai criador dos
Noite na senzala. Os escravos amontoam-se pelo chão arranjando-se como podem. Engrácia entra correndo e vai direto até onde Amundê está e o sacode: - A sinhazinha está chamando, é urgente! - O Escravo é conhecido pelas mezinhas e rezas que aplica a todos seus irmãos e o motivo do chamado é justamente esse. O filho de Sinhá Tereza está muito doente. É apenas uma criança de cinco anos e arde em febre há dois dias sem que os médicos chamados na corte consigam faze-la baixar. Sem ter mais a quem recorrer, no desespero próprio das mães, resolveu seguir o conselho de sua escrava de dentro e chamar o africano. Aproveitando a ida de seu marido à cidade, ele jamais concordaria, manda que venha. Sabendo do que se tratava o homem foi preparado. Levou algumas ervas e um grande vidro com uma garrafada feita por ele e cujos ingredientes não revelava nem sob tortura. Em poucos minutos adentram o quarto do menino e Amundê percebe que precisa agir com presteza. Manda que Engrácia busque água quente para jogar sobe as ervas que trouxe enquanto serve uma boa colherada do remédio ao garoto. Dentro de uma bacia coloca a água pedida e vai colocando as folhagens uma a uma enquanto reza em seu dialeto. Ordena que desnudem a criança e carinhosamente a coloca dentro da bacia passando-lhe as ervas no pequeno corpo. Nesse instante a porta se abre e surge o Sinhô Aurélio acompanhado do padre da cidade. Tereza grita e corre até o marido desculpando-se. O padre dirige-se a ela com ferocidade: - Como entrega seu filho a um feiticeiro? - dirigindo-se ao marido - Diga adeus ao menino, após passar por essa sessão de bruxaria ele morrerá sem dúvida! Tereza corre até o filho e o cobre com um cobertor enquanto o marido ordena que o escravo seja levado imediatamente ao tronco onde o capataz aplicará o castigo merecido. - Engrácia, acorde todos os negros para que vejam o fim que darei ao assassino de meu filho! Todos reunidos no grande terreiro ouvem a ordem dada ao capataz: - Chibata até a morte! E vocês - aponta todos os escravos - saibam que darei o mesmo fim a todos que ousarem chegar perto de minha família novamente. As chibatadas são dadas sem piedade, Amundê deixa escapar urros de dor entremeados com rezas o que somente aguça a maldade do capataz. Lágrimas copiosas correm pelas faces de muitos escravos. Após duas horas de intensa agonia o negro entrega sua alma e seu corpo retesa-se no arroubo final, finalmente descansará. O silêncio do momento é cortado por um grito vindo da principal janela da casa grande: - Aurélio, pelo amor de Deus - é Tereza com o filho nos braços - o menino está curado, a febre cedeu e ele está brincando! Assim morreu Amundê conhecido em nossos terreiros como o velho Pai Francisco de Luanda. Sua benção, meu pai! Permita que jamais voltemos a ver algo tão perverso em nossa história.

preto velho pai tomas

PRECE AOS PRETOS VELHOS
Louvados sejam todos os pretos-velhos.
Louvados sejam vós que formais o santíssimo rosário da Virgem Maria.
Santas Almas Benditas, protetoras de todos aqueles que se encontram em aflição.
A vós recorremos espíritos puros pelos sofrimentos, grandiosos pela humildade e bem aventurados pelo amor que irradiam, socorre-me pois encontro-me em aflição.
Concedam-me, meus bondosos pretos-velhos, a graça de (pede-se a graça que deseja alcancar) através da vossa intercessão junto a Santa Virgem Maria, santíssima mãe de Deus e de todos nós.
Dai-me meus pretos-velhos um pouco de vossa humildade, de vosso amor, e de vossa pureza de pensamentos, para que possa cumprir a minha missão na Terra, seguindo todos os vossos exemplos de bondade.
Louvadas sejam todas as Santas Almas Benditas. Tenham piedade de nós. Assim seja.