quinta-feira, 20 de maio de 2010

pai benedito de angola

Pai Benedito de Angola



Pai Benedito de Angola é um velhinho bem simpático, de poucas falas, têm os cabelos e a barba bem branquinhos, olhos castanhos claros e bem negros.
Viveu em Angola entre o ano de 1608 a 1630, logo depois foi vendido como escravo para fazendeiros brasileiros.
Viveu sempre em cativeiro, trabalhando na lavoura de cana-de-açúcar. Naquele tempo já possuía o dom da cura, pois com as ervas já curava os ferimentos de seu povo, que eram feitos através das chibatas dos feitores e do trabalho árduo dos engenhos.
Pai Benedito teve muitos filhos e netos, bisnetos, etc... Morreu aos 98 anos de velhice, cansado daquela vida. Mas antes de morrer tinha esperança na libertação de seu povo e de uma vida digna, em liberdade.
Por serem espíritos que sofreram aqui na terra, são espíritos calmos, de muita paciência, pois na época a única coisa que possuíam era à força de nosso Pai.
Pai Benedito aqui no terreiro que trabalha na linha de Oxossi, falange dos Pretos Velhos, é benzedor, mandingueiro, usa ervas e mel em seus trabalhos.
Fuma cigarro de palha, cachimbo e às vezes charutos, toma água com mel e marafo com mel. Gosta de um bom feijão com farinha e rapadura. Seu temperamento é paciente, bom conselheiro, não fala muito. Não aprecia curiosidade inútil.
Trabalha na umbanda e na quimbanda junto com Omulú, quando tem mandinga para ser tirada. Não gosta de injustiça, traição e nem orgulho e soberba de filho que trabalha em cajuá e nem de consulentes.
Usa uma guia de contas de Nossa Senhora com crucifixo de madeira e duas figas uma de arruda e outra de guiné preta e vermelha ou preta e branca. Trabalha com o médium há algumas encarnações. Tem como cambone espiritual Pai Tomé que assume os trabalhos quando está na Quimbanda. Pai Benedito de Angola, trabalha para o homem físico no mundo material e no mundo espiritual, com as ervas de Oxossi.
Na Umbanda e na Quimbanda seus trabalhos são feitos nas matas e no cemitério, cruzeiros das almas.

pai benedito

PAI BENEDITO

Seu nome foi José Benedito, desencarnou aos 90 anos de idade, nasceu na Guiné (Oceania), foi levado para a África negra por negreiros.

Um dia, quando ainda era criança, perdeu-se de sua aldeia, e foi encontrado por um velho aborígine, que antes de levá-lo para o seu povoado ficou com ele por um período de 3 meses, nos quais o aborígine procurou ensinar suas crenças a ele.
Mas José Benedito já possuía suas crenças, por isso não acreditou muito no que o aborígine lhe falou. Ao voltar para sua aldeia, ele deparou com vários negreiros, que o levaram juntamente com seu pai para o mercado da África.
Dentro do navio ele era um dos mais jovens, contava com 10 anos. O navio, que comportava 700 pessoas, tinha mais de 1500, onde todos faziam suas necessidades fisiológicas ali mesmo, onde estavam presos. Isto ocasionava muitas doenças, além das transmitidas por ratos. Durante a viagem muitos foram morrendo, e os que estavam feridos, os negreiros jogavam água com sal sobre as feridas. Durante a noite jogavam água com sal aonde os negros ficavam, por acharem que isso desinfetava o local, e de dia abriam as portinholas para que a luz do sol entrasse. Os negreiros queriam evitar as mortes, pois isso lhes causava prejuízos. Seu pai contraiu uma virose e veio a falecer, sendo seu corpo jogado ao mar.

Logo após a morte de seu pai, veio-lhe a primeira provação de fé. Sentia-se mal e sabia que tinha adquirido alguma doença, por causa da lavagem que lhes serviam. Surgiu-lhe então, a imagem do aborígine. Era tão real que ele chegou a ter certeza de que não era sonho, pois ele falava com o aborígine. Este lhe disse para parar de beber a água e de comer a lavagem que lhes davam. Ao invés, ele deveria pegar a alfafa já quase apodrecida que estava forrando o chão, e lavá-la com a água do mar que jogavam lá dentro todos os dias.

Assim o fez.
Após uma viagem de mais de 40 dias, ele finalmente chegou no continente africano, para posteriormente ser levado ao Brasil. Mas houve um atraso no negreiro, que durou cerca de 6 anos. Nesse período, trabalhando como escravo, ele entrou em contato com outras culturas, ou seja, escravos provindos de outros países.
Uma das pessoas que conheceu foi um angolano chamado Zimzumba, que era curandeiro e feiticeiro da nação nagô. Zimzumba ensinou-lhe a ler e ensinou-lhe a magia, e disse-lhe em uma de suas visões de que nada lhe adiantaria fugir, porque seria escravo por toda a sua vida, que iria ensinar a muitos negros como ser forte e lutar por seus ideais, e que viria a não mais escutar a voz das pessoas.
A princípio não entendeu, mas acreditou, lembrando-se de como o aborígine havia lhe ajudado.
Após esse período de 6 anos foi levado ao Brasil Colônia, em uma viagem de mais de 30 dias. Aportou em Parati e foi vendido em um leilão ao Sr. Patrocínio e a Sra. Joaquina, que moravam em uma fazenda no interior de São Paulo. Lá chegando conheceu o único amor de sua vida, Maria Benedita, que hoje trabalha na linha da Vovó Conga.
Passaram-se vários anos, e ele, insatisfeito com a vida que levava, viu novamente, em uma noite de lua cheia, o aborígine. Este he pediu que entrasse em contato com a cultura daquele país. Fazendo isso, teve o primeiro contato com o que seriam os Orixás.
Longe de suas crenças, e já crendo no aborígine, começou a se aprofundar nesse culto afro-brasileiro, onde acabou por casar-se com Maria Benedita. Sendo ela mucama da casa grande, pois sabia ler e escrever, conseguiu junto a seus donos que ele fosse trabalhar lá. Importante notar que seus donos gostavam muito de ambos, mas sendo ele um tanto bisbilhoteiro, acabou descobrindo uma tramóia contra o Sr. Patrocínio, urdido por seus filhos para tomarem posse das terras. Um deles, ao descobrir que José Benedito havia descoberto tudo, mandou-o de volta para a senzala, e ordenou que lhe furassem os dois ouvidos.
Foi aí que começou a sua caminhada de fé. Começou a acreditar de verdade na força espiritual dos Orixás, e passou a freqüentar mais os cultos. Nesse período conheceu quem seria seu maior carrasco. Como castigo por ter tentado avisar o Sr. Patrocínio, ele facilitou minha fuga para então me matar, mas durante a fuga surgiu uma luz forte que cegou a ele e ao capitão-do-mato, não conseguindo ele seu intento. Levou-me então de volta e permaneci vários dias no tronco, sendo chicoteado diariamente.
Mas algo lhe fazia ter forças para viver, e sabia que alguém cuidava dele.

Quando Maria Benedita veio lhe dar água, disse-lhe que estava grávida. Após alguns meses nascia José Benedito de Angola, seu único filho. Não satisfeito, o filho do Sr. José Patrocínio vendeu Maria Benedita, desagradando a Sra. Joaquina.
Seu filho ficou sendo cuidado por uma outra escrava. José Benedito revoltou-se sendo novamente amarrado ao tronco. Surgiu então diante dele a figura de uma mulher, dizendo-lhe que iria conseguir trazer Maria Benedita de volta, e de que nada adiantaria ele pegar a criança e fugir, que sua missão era ali. Ela falou-me que sairia dali e traria Maria Benedita, e voltaria ao tronco por mais alguns dias. Duvidou, mas o aborígine apareceu-lhe e disse-lhe para acreditar, pois já havia tido muitas provas.
Surgiu diante dele um homem em um cavalo branco e em seguida ele adormeceu. Quando acordou Maria Benedita estava de volta à fazenda. O capitão-do-mato passou a temê-lo, chamando-o de feiticeiro. Passou então a seguir o culto dos negros de longe, e maltratando-os menos.

Passaram-se anos. Maria Benedita desencarnou antes dele, e seu filho morreu de uma doença desconhecida. José Benedito passou todos os seus conhecimentos para as gerações seguintes.
Quando desencarnou encontrou-se com o aborígine, que era seu Mentor Espiritual. Uma de suas missões era fazer com que alguém que tivesse feito muito mal às pessoas, acreditasse que poderia trabalhar no astral, ajudando a muitos. Essa pessoa foi o capitão-do-mato, que ao desencarnar foi doutrinado por Pai Benedito, e que atualmente trabalham juntos com o mesmo médium, na linha de Boiadeiro.
O principal material utilizado por Pai Benedito é um chapéu de palha, onde ele faz as suas mandingas.
Trabalha também com ervas, utilizadas para cura. Dependendo para o que for o trabalho, pode ser colocado em mata, cachoeira, mar, trilho de trem, encruzilhada, cemitério, enfim qualquer lugar, pois ele passou por todos

domingo, 16 de maio de 2010

Salve as Almas Santas Benditas,


Salve o Rosário de Nossa Senhora!

Meus queridos pretos velhos, que a Vossa luz e sabedoria estejam sempre a guiar nossos passos,

nesta nossa caminhada terrena.

Incutindo, em nossa matéria imperfeita, bálsamos de humildade, de caridade e de amor ao nosso irmão,

de perdão aos presuntos inimigos e a nós mesmos pela falta de clareza no entendimente e na aceitação dos desígnios

de Zambi, Nosso Pai Maior. Pois, para entendermos Seus ensinamentos, devemos tomar consciência da necessidade

de despir-nos do nosso orgulho, da nossa arrogância e da nossa petulância, em acreditar-nos superiores ao Mestre,

quando somos e seremos sempre Seus discípulos em constante aprendizado. E esse entendimento, esse aprendizado, Vós,

meus caros Pretos velhos, já alcançastes, através do vosso sofrimento e resignação quando encarnados; como conseqüência

de vossa conduta, recebestes do Pai Maior essa Luz Espiritual, que brilha nos seus exemplos de humildade, de caridade,

de amor ao seu irmão, de perdão ao seu algoz, numa demonstração de pura e verdadeira sabedoria,

a Sabedoria dos Pretos Velhos.

Neste momento,

Benditos Pretos Velhos,

Agradeço-vos:

os ensinamentos que brotam de vossa lição de Sabedoria, Humildade, Caridade e Amor;

e pelos exemplos de resignação e de perdão.

Pela Misericórdia de Zambi-Olorum, Nosso Pai Maior,

Benditos sejais.



Cacurucaia, Meus Pretos

Cacurucaia.

Eu adorei às Almas.